Aqui em casa, e na maior parte dos lares em Portugal, estamos a entrar na quinta semana em isolamento social devido a esta pandemia que nos apanhou a todos de surpresa. A sua dimensão e os efeitos não eram de todo previsíveis, e por isso nesta altura as mentes estão inquietas e cheias de perguntas:
. O que vai ser o mundo pós-pandemia?
. Como lidar com a incerteza? Afinal, tenho medo de que as coisas fiquem cada vez piores
. Como é que posso não me preocupar tanto com o futuro?
As pessoas estão a ver-se confrontadas com incerteza não só em termos de saúde, como dos seus empregos (se se mantêm ou não), isolamento e solidão, preocupação com os seus familiares, a chuva de notícias dos media e redes sociais, etc.
Por tudo isto a incerteza está a levar ao aumento dos níveis de stress e ansiedade. Vários estudos mostram que a incerteza provoca maiores níveis de ansiedade que o medo, exactamente por serem interrogações sem previsão de respostas.
Quando se prevê uma dôr, as pessoas podem precaver-se e assim encontram algumas formas de se sentirem seguras, o que não está a acontecer agora.
Também o facto de as famílias estarem abrigadas em casa, muitas com teletrabalho a somar à gestão das funções de parentalidade, escolas e actividades múltiplas é geradora de stress.
Por tudo isto, o número de venda de anti-depressivos em Portugal disparou no ultimo mês.
Não sou médica nem psicóloga, como sabem. Sou uma apaixonada pelas pessoas, pelo seu auto-conhecimento e desenvolvimento pessoal.
A questão é: podemos aumentar a nossa habilidade de lidar com a incerteza quando não temos respostas?!
Uma das ferramentas que estudei e integrei no meu dia a dia desde há uns anos foi a prática de mindfulness (ou atenção plena).
Esta prática permite-me acolher a minha mente (que viaja para o futuro, para os cenários que imagino), com compaixão, e viver o momento presente. Parece simples, e é. Há só uma questão: a prática. A prática diária é essencial!
Muitas pessoas insistem no mesmo discurso “eu não consigo”, “a minha cabeça não pára”, “isso é para os zens, para mim não dá!”, etc, etc…
Agora a sério: sê verdadeira contigo mesma! Queres mesmo aumentar a tua tolerância à incerteza e acalmar a mente?!
Quanto estás comprometida a isso de 1 a 10?
………
Sendo que estás menos que 10, talvez ainda queiras sentir-te mais ansiosa para começares.
Aqui só vale a partir do 10!
Se estás a divagar nos “mas” (mas não tenho tempo, mas não consigo, mas tenho outras prioridades, mas, mas…) então a minha sugestão é que experimentes. Experimenta duas semanas, e depois tu própria vais tirar as tuas conclusões.
Alinhas?!
No próximo post vou ser muito sucinta, e a minha intenção é apoiar-te, tal como aprendi a apoiar-me.
Falo-te um pouco de como estou a viver este período, sendo dois adultos em tele-trabalho, e duas crianças em casa, uma com 5 e outra com 10 anos…