Tanto nas formações em que participo, como nas que ministro, há um dado comum: mais de 90% são mulheres.
O que será que leva a grande maioria dos homens a não investirem no seu autoconhecimento?
Um bom programa de autoconhecimento e desenvolvimento humano deveria ser estimulado desde tenra idade, pois sabemos hoje que transformam pessoas em indivíduos com maiores índices de motivação e realização. Ferramentas que potenciam competências, gerando melhores resultados, é o que as empresas procuram cada vez mais. Mas, porquê esta discrepância entre géneros?
Num “mundo líquido” em que tudo flui a uma velocidade impressionante, acredito que nunca houve um momento tão rico em oportunidades para empreendedores para investirem no pilar essencial que é o autoconhecimento como agora.
As mulheres e os homens nos negócios
A sociedade e o papel da mulher evoluíram de tal forma nas últimas décadas que há cinquenta anos atrás seria impensável. A mulher de hoje assume responsabilidades em paridade com o homem (em teoria, pois na prática ainda há uma sobrecarga sobre a mulher, especialmente se for mãe).
A ela são exigidas altas performances nos vários papéis que desempenha: mulher, esposa, mãe, profissional, etc, etc. Ser empreendedora é algo só para algumas, as que investem em si e percebem o seu potencial.
Interessantes alguns dados sobre empreendorismo retirados do site WEConnect, que compilou dados de diversos estudos sobre mulheres: mostra que 47,7% das mulheres acreditam ter a capacidade de iniciar e gerir negócios – sendo que os homens que afirmam isso chegam a 62,1%.
A baixa autoestima e baixa autoconfiança das mulheres tem muito a ver com a cultura na qual crescemos e no número ainda muito menor de referências de mulheres que cresceram nos negócios.
Outro dado relevante é que mais de 50% das mulheres que se tornaram empreendedoras, fizeram-no por necessidade e não porque acharam uma oportunidade incrível e inovadora. Já entre os homens, esse número cai para 37%, segundo o GEM.
Os homens mantêm, na sua generalidade, uma auto-percepção e expectativa social que não mudou muito nas últimas décadas e, por isso, não vêem como essencial o desenvolvimento humano (salvo uma minoria, obviamente).
E é no seio de tantas exigências sociais que a mulher se começa então a priorizar e a procurar investir no seu autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, seja em formações, programas individuais ou eventos.
Talvez seja por este motivo, pela grande expectativa que existe sobre a mulher, que ela procura por sua livre iniciativa ferramentas para viver mais alinhada consigo mesma e com a sociedade.
Ter mais mulheres nas empresas e em cargos de liderança só traz vantagens competitivas
As mulheres conseguem inserir mais produtos de inovação do que os homens, são mais proativas a adquirir conhecimento e têm uma curva de aprendizagem muito mais rápida.
Acredito que os homens vão percebendo cada vez mais a importância de trabalharem também o seu autoconhecimento fora das empresas, potenciando ainda mais vidas com mais consciência, expansão e propósito, equilibrando estes rácios.